Educação Bilíngue para Surdos: Desafios e Perspectivas em Debate na Câmara dos Deputados

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Renato Araújo/Câmara dos Deputados


Amália Barros lembrou que a educação bilíngue para surdos independe da educação especial


 Comunicação e Metodologia Específicas são Fundamentais

Especialistas reunidos em uma audiência pública na Câmara dos Deputados enfatizaram que a educação bilíngue para surdos demanda uma abordagem metodológica própria, indo além da mera disponibilização de intérpretes de Libras. Segundo Rodrigo Rosso Marques, professor-adjunto do Departamento de Libras da Universidade Federal de Santa Catarina, a língua de instrução deve ser a língua de sinais em todos os ambientes escolares, com o português sendo aprendido como segunda língua.

A Importância da Linguagem de Sinais na Educação

Para uma compreensão efetiva das necessidades dos alunos surdos, Rodrigo Marques destaca a relevância de os professores utilizarem a linguagem de sinais em vez de dependerem de intérpretes. Ele ressalta a necessidade de uma duração de aula mais longa nas escolas bilíngues para surdos, considerando o tempo adicional necessário para a comunicação visual e o registro de informações.

Legislação e Desafios Futuros

Embora a educação bilíngue para surdos esteja garantida por legislação, incluindo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e uma lei específica de 2021, ainda há desafios a superar. A deputada Amália Barros (PL-MT) enfatiza a importância de avançar para garantir uma educação de qualidade, destacando a necessidade de estrutura adequada, formação qualificada de profissionais e o respeito à cultura e identidade surdas.

Seleção de Professores e Fluência em Libras

Um aspecto crítico mencionado durante o debate foi a seleção de professores para as escolas bilíngues para surdos. Messias Ramos Costa, coordenador-substituto do Curso de Língua de Sinais Brasileira, aponta deficiências na fluência em Libras entre os professores, sugerindo a criação de bancas de avaliação compostas por pessoas surdas para corrigir esse problema.

Números Reveladores

Dados do censo escolar de 2020 mostraram que, embora existam cerca de 63.106 alunos surdos matriculados na educação básica no Brasil, apenas pouco mais de 7 mil estavam matriculados em instituições de educação bilíngue. Com uma comunidade surda estimada em cerca de 11 milhões de pessoas no país, esses números destacam a necessidade de expandir o acesso à educação bilíngue para surdos.

Ao abordar essas questões, fica evidente que a implementação efetiva da educação bilíngue para surdos requer não apenas esforços legislativos, mas também mudanças significativas na prática educacional e na seleção de profissionais, garantindo assim uma experiência educacional inclusiva e de qualidade para a comunidade surda no Brasil.

Fonte: Agência Câmara de Notícias



    
 

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